jueves, enero 30

Registro hipotético-imagético número um











acabo de ver um homem, não era só um homem bicho. Era homem bicho com suas disfunções sociais de macho casado.
logo o objeto em análise seria, homem que não é só bicho, atribuído da neurose de pelo menos uma ereção por semana pra não perder a credibilidade.



e o "cara" com sua monoereção semanal
cabível
lavava os cabelos da mulher em uma pia



plena quinta-feira
e podemos especular
livremente
o propósito
















De não se saber que era tão bonito ver um macho de meia idade
de pau duro
 assim,
entre seus cabelos lavados







Dia 30/01/14 17:12 e a temperatura me subverte acima da casa dos 33 graus.

miércoles, enero 29

Sabiá Você





Sabia você?

É bem isso mesmo que digo nasua cara
 cara mesmo








sua egonista 
achando que eu era só mais uma maluca da lapa, que bebia e tudo mais dizia coisas e mais coisas e mais coisas e mais coisas e mais coisas e mais coisas e mais coisas e mais metade de tudo que eu não dizia também, mais a parte de ter ressaca imoral e niilista quando digo essas mais coisas infindáveis.








Eu sou toda torta meu amor, escoliose cervical descobri com 11 anos.
 e desde então eu ando errada.














E você? Logo você achou que seria tranqüilidade remediada? 
Baby, eu to no ápice
sei lá se isso é amor ou porra em tal (em mim)
só não quero que engravide eu
tal




mas mas mas
mais depois dos poréns eu sei muito bem o que quero



coisa e tal
de novo


ai nega fica juntinho de mim
sabe que eu sou tua,preta


vem cá



afaga meu
ai afoga





meu ego escroto
que                                    no
                      fundo




















te quer
(mas não posso nunca assumir isso)
(esse é o lado direito, o lado que diz o que senteeledizquetequereteamaquandodormejuntodetiouquandovocêdormedeolhosabertoseeuachoquevocêmeolhadormindoeeuteamotantovocêcomessavontadededesarcordarmeolhandodormindo
O lado esquerdo mente)



Mas olha só bem pra mim antes de decidir alguma coisa, viu?
porque gênio difícil que é o meu
foda ta?




me queira quemrendo junto
porque
se não





eu fujo

(eu minto)

martes, enero 28

Atlântida Íris



Coisificação de objeto em nuance.  Contra efeito em contra peito em-contra mim. Talvez eu tenha desaprendido a me justificar tantas e mais tantas vezes quanto julgasse o tamanho de esperneio.
E desespero é cataclismo avesso dos olhos para que nunca te chames Atlântida.

não te perder de te perder, e seja esse o jogo de ciranda.





Como se a desmemoria de tudo fosse o único ponto onde exista salvaguarda do esquecimento.




somos dois grãos de sal.  dependemos que não se ultrapasse certa quantidade de água para não se deixar diluir por completo dentro do co(r)po.

E quantas de você poderiam caber entre todos os carros da cidade de São Paulo?
                           porque em cada banco vazio do carona
                                                                  carregamos o meu egoísmo
                                           de práxis não revolucionária
di
le
tan
te                                          por simples acaso de acaso de acaso
                                                                 e acaso aqui a tormenta se aflore em alguma parte do cimento, acaso.

minha jarra de íris te afoga bem no momento solúvel
                                                       de água
                E-mundada ,

inundada de

mim.

viernes, enero 24

Pindorama ou A Galinha dos Ovos de Ouro


(Proposta textual para a Performance  “Pindorama ou A Galinha dos Ovos de Ouro de Ismael Silva e Carolina Burnier)



Nos inícios primordiais, duas fêmeas efêmeras fêmeas. Não sensíveis, não afáveis, docilidade transitória da disputa, ânsia de parir a outra em carne, em “filho” em coisa que gerasse o restante, algo além da disputa de ambas, alguma coisa com vida além obviamente das duas.

Dois touros “fêmes” em sua dança primal. Girando com o mundo que ainda não existe e que está prestes a ser gerado pelas ventanas da pele, seduzindo uma a outra e a si e o suor e o nada.

Dança primal e final, que dará o direito sagrado do contato das rústicas mãos a tocar a outra . Movimento tosco do desejo de relíquia geracional terrestre.

E o som rasgado de um atabaque solo, dos barulhos que o corpo exala em ferocidade, no couro do instrumento, três instrumentos, touro fême e atabaque, onde o som, a dança e o suor se preparam para a origem da terra.

Pindorama da carne, rústico corpo-cidade que emite barulho e que seu próprio invento de criação pode chegar a ser a origem do caos destrutivo da violência do filho gerado.

Animais de quatro patas devoradores e que esmagam com o casco qualquer gramínea abaixo dos pés, mas não existe nada, só duas lutas compostas, não diferentes, muito menos  antagônicas.

Violência do direito ao primeiro toque, objeto indecifrável vivo e revivo que movimenta os dois corpos taurinos pela simples vontade de chegar e pisar na terra, não importando os meios que o irão provir, nem se os dois bichos dançarão até a exaustão do corpo.

Tríade vertente dos inícios, dois touros fême dançando até o caos, até que uma do duo sinta as primeiras cólicas do parto e gere o pé descalço em terra, a galinha dos ovos de ouro, guardada na pindoracidade dos poros e em pelo nu.

Invólucro cru das ardências na entranha, do fogo queimando e devastando a terra que a gera.

Instante da coisa parada, o primeiro segundo de toda a desgraça da sedução. E dois corpos remando em direção a febre do ouro. 

viernes, enero 3

O de Ovo





Alguma coisa rece
sente
acende
aparenta
alguma ser-rimónia



e tantas e por vezes
              

                       mais
                                  qu’eu
                                 escreva



com a mesma linha


                                                                     de novo


e existe uma dormência
na língua





a mesma epístola
dos cansaços
noites em por ...ção...




coração em curva
transitando
nesse limiar entre o novo




                                                                                   (e o)
                            de
                               novo





paralisante
de alguma coisa
necessária
paralisante
                                                                                         ante paro

(em pausa de drama)
antes paro
ou
não



e penso de forma leviana
,na minha vez de gente,
na possibilidade
de não ter nascido
para brincar com os touros




porque baby um spazio de outras cores
que não o branco
me preenchem,

daí dói um pouco
meus ombros, meu peito
dói você
com esse pé imenso sobre a minha car(a)parada por cima desse asfalthorrível