minha lente é um olho
forçado a pisca lento
porque embaça
e se a força de pálpebra for bruta
espreme o ferro do peito
lágrima
saudade
motivo de choro
e o olho tenta se
conter-se conter se
se tentasse deixar assim
seria úmido
ou melhor
rememória do quente
de barriga
dentro por
colares e mil colares
no pescoço nu
e aí postal de país
o olho forte desmonta
todo
respiração
funda
soluça
só a mão na nuca
te abraça
única
única
e estamos apenas paradas na praça saens peña e um grande rush de homens passando em seus
rushs não oficiais internos tendo a absoluta certeza que entre todos aqueles
ombros esbarrantes nos seus braços alguém irá aparecer e causar um nó no meu
trânsito também talvez na esquina entre o estômago e o pâncreas e teria o seu
nome essa esquina dentro de mim.
sór tespero
porque em algum momento
pensei que
pensei
em dizer
talvez te dizer
e não só dizer e lançar no mundo uma frase destinada a você
que não fosse pra você
porque eu queria que você soubesse
e eu acho que quando a gente quer que o outro saiba
é sinal de desmonte e afrouxo dos olhos,
mas lá na praça
quando eu te desEspero
você usa um chapéu.
e um rio imenso corre dentro
do meu peito em direção ao rosto
estou na sua esquina inaugurada