lunes, febrero 24

Furor


minha lente é um olho
forçado a pisca lento
porque embaça


e se a força de pálpebra for bruta
espreme o ferro do peito


lágrima
saudade



motivo de choro
e o olho tenta  se conter-se conter se
se tentasse deixar assim
  seria úmido
ou melhor


rememória do quente
de barriga
dentro por
colares e mil colares

no pescoço nu  


e aí postal de país
o olho forte desmonta
todo


respiração
funda
soluça
só a mão na nuca
te abraça
única

e estamos apenas paradas na praça saens peña  e um grande rush de homens passando em seus rushs não oficiais internos tendo a absoluta certeza que entre todos aqueles ombros esbarrantes nos seus braços alguém irá aparecer e causar um nó no meu trânsito também talvez na esquina entre o estômago e o pâncreas e teria o seu nome essa esquina dentro de mim.


sór tespero
porque em algum momento
pensei que
pensei
em dizer
talvez te dizer

e não só dizer e lançar no mundo uma frase destinada a você que não fosse pra você
porque eu queria que você soubesse

e eu acho que quando a gente quer que o outro saiba
é sinal de desmonte e afrouxo dos olhos,



mas lá na praça
quando eu te desEspero

você usa um chapéu.

e um rio imenso corre dentro
do meu peito em direção ao rosto





                                      estou na sua esquina inaugurada