viernes, diciembre 16

O que te envolve neste seus dias tão confusos sempre será a morte imediata nos dias que te seguem.

Carolina Burnier

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Estas tripas, esse vômito na língua, algo mais poderia ser tão antiquado?

Essa suposta proteção e sua concreta xícara de café durante a noite.

Dirias o que a tua mãe?

Que se perdeu pelo caminho, que não era este o lugar que pretendias chegar? A desculpa seria corrupção da carne, móveis, flores? Qual seria a salva guarda dos respingos de teu caráter, dos retornos absolutamente sozinhos no meio da rua?

A falta de filhos, de sapatos vermelhos e cigarros? Como sóbria proclama teu nome no espaço? Como chamas alguém de mãe?

Explique o som dos tais sapatos ecoando em memórias alheias, aquele leve tintilar cinza e fundo nas calçadas da cidade. Essa erudição nas palavras e sua vulgaridade quando se move.

Sim, esta é tua falta secular com os outros seres.

Esta ausência, os escárnios da gaguez. Não haveria explicação “feliz” de teu método? Se por segundo qualquer tu fosses mulher, esta bastaria de explicação para a cláusula de contrato diante de tua mão.

Carolina Burnier