martes, noviembre 27



E que me olhas tão constante nesse meio inverno, nessa esquina concreta que dobro e não retorno a tua rua.

E essas bobagens que inventamos para não falar sobre... a letra seguinte que nos carrega e assusta tanto, mas de cores me transborda inteira por sobre qualquer superfície.

Superfície. Essa variedade de dimensão onde eu sempre me esparramo inteira e por sobre minhas pernas, suas coxas mal jogadas por cima de mim mesma. Eu entrando no fixo-fluxo-pele que exala você inteira.

Essa completude dos sentidos, “reee-sentidos”, sentir novamente por muitas vezes o sentir de novo, o novo que me arrasta a um outro eu por tantas vezes ressentido.

Essa brisa enorme que entra pelo adentro de nós. Permita esse ressoar-sentido, porque esse é o meu vento adentrando também. Só peço que me deixe ventar e eu prometo que não te arrasto para dentro do olho. Talvez um pouco de chuva para que haja dança e talvez festa, tavez amor. Quem sabe amor com a ventania enorme.

Só peço que me deixe ventar de leve.

Um pouco assim.

Quase assopro. 


Carolina Burnier

miércoles, noviembre 21



Você não tem estado nada bem querida.

Tem tropeçado demais nessas andanças pela noite.

E que seja meio assim mesmo:

“when she starts in to love me she's so fine and mellow”



Esbarrado em muitos caras que não sabem seu nome.


E eu te espero assim no seu atraso,

Na sua hora descompassada com a minha.

E não me venha com afagos na nuca, não hoje, não quero nada seu por hoje,

mas nesse ritmo eu posso te esperar um pouco mais baby,

E quem sabe oferecer uma xícara de alguma coisa

depois de mais

um
um
um dos

unscopos, porre e mulher na sua/minha cama.


Em sexo apressado e não gozado não tem viagem boa meu bem,

Porque depois de tudo só sobra a gente ali naquela porra,

Deitada seca.





E pagando pelo menos trinta         de motel, o mínimo a exigirmos é uma foda seríssima não é?
                                                e
                                                   
                                                   cinco
                                                             
                                                          reais






Essa grana toda pra solidão não tá valendo a pena

Só  se for no caso de ser dose de alguma coisa que a gente só enfie e resolva pela boca.


Em bebida solúvel

Por em quantidade

Porém,


"My woman

don't

love me,

But when she starts in to love me, she's so fine and mellow"

lunes, noviembre 12




Cercava com seus braços, abraços, braços o outro órgão pele, da minha sua crosta que envolve o corpo. E os olhos pediam com tamanha força que este movimento continuasse e acabou por ficar ali diante dos outros, dizendo coisas abrandadas pela voz.

E que marejassem as quatro pupilas nesse grande vazio de cor. E que unificassem os dois extremos.

Era dobrada esta vontade de dizer coisas, de mostrar-se dependente também. E ficaram duas, ficaram até que a luz brotasse e se soltasse dos corpos e ganhasse tamanha força. Nesse momento em que foi possível todos verem o que escorria daquele movimento contínuo. E alguns instantes depois, rapidamente inundaram a sala e os restantes dos cômodos.

Esse líquido revolvia-se luminoso e espesso. Transbordaram de si mesmas, derramaram-se uma na outra. E todos os poros agradeceram aquela estranheza humana do toque, porque nem ao menos se importaram com as cicatrizes da ausência de tantos tempos idos, porque não tiveram o pudor do retorno das palavras.

E não teriam jamais esse resquício da não tentativa, do não dizer e colocar-se covardemente  morto diante do outra, sem nenhuma expectativa de nada, porém que talvez fizessem simplesmente o contrário disso tudo e teriam as sobras desse sujeito uno que agora imperava e sempre me falava de forma simples, “Conte-me de onde paramos com essa trivialidade das palavras.”.

 E eu te diria bom-dia (meu bem). Nada além que um início de um maravilhoso dia (mais um dia) de entrelinhas (este único santuário dos descumprimentos[salvos{nos escombros de uma única frase}] ) .

Bianca Burnier

miércoles, noviembre 7

Avesso




      Acalente também o que te machuca, geralmente o amor dói. Não que isso seja ruim, não que eu seja masoquista, talvez um pouco esquizofrênica. Minha latinidade me permite esses arroubos de concepção e desígnio.

      Pode sentar e relaxar, eu irei gritar antes de mandar você embora e vou implorar para você voltar antes mesmo do grito esbarrar no molambo da língua, porque você bem sabe que geralmente o amor me dói. Sim, eu sei da loucura dos tantos, é verdade, me dói, porém me é preciso acalentar também o inverso. Ninguém ama os contrários de alguém.

       E eu te amo por inteiro.



E ao avesso.





Bianca Burnier