lunes, mayo 13

Marseu


Tudo seria possível acima daquele céu. Formigas se arrastando por entre árvores de sonhadas curvas, e tão retilíneas quanto o pensamento permitisse em êxtase de possível realidade concreta.

Braço, abraço sonhando junto vulgarmente em contorno de realidade exposta em cima de lençóis baixos.

O poeta baixo em sua harmonia de poeta baixo.

Nada contrário de si mesmo.  Ainda sendo contorno de qualquer coisa explicita.

O natural sendo necessário nos dias que transcorrem, o natural sendo exigido como sendo algo palpável do inimaginável possível de transformação de coisas irreais. O natural por si mesmo sendo.

E coisa e tal.

Tal sendo determinado sabe lá por quem e por qual cousa desse universo.

E do que te falo nessa prosa curta?

Sabes lá do inconcreto das palavras ditas? Palavra muro de pedra ressoando em assoalho de madeira, chão de terra durante a noite enquanto, enquanto, quando  salvo minha cara do amor mal aparado por sobre cabeceiras com copos de águáaboca quando


O marseu.

Céu

Mar

Confunde-se tudo.

Boi bumbando a fora desse cerco que nos carrega.
Gritando barulho surdo nessa seca de mulher rara.
Cadafalso meu boi iludido, no acerca de mulher entre as areias pisadas no chão.
Forte entre todas as cousas do mistério.
E volta mulher sonhando raro, com todas as coisas do infinito perto de ti.
E sonhe mesmo meu boi com essa mulher da altitude incabível nessa vida de seca constante.
Porque essá mulher é o que nos resta pra salvar a alma da seca.
E sede no meio do deserto de alma.


Carolina Burnier