Poderia queimar esse algoz de algodão
Queimando lento pela sua pele
Surtindo em mim esses efeitos obscuros
De tentativa
Uma pacata suavidade oprimida
amaciada
pelo meu cuidado
o ponto de querer dar algo que se guarda
sem chegar ser presente
haikai recente com trezentas palavras
nada
recai sobre os ombros do cego
e sem imagens diz que sonha
nesse concreto do tato
falo
nesse conceito de fluckação
parnasiano
e o coração vem na boca para ser cuspido
e a
a e
i
de criança temos o guardado não palavrado
e nunca escrevi um poema de letra nessa vida inteira
rasgando a saliência da possibilidade
eu sou
cadáver posto vivo
nesse muro branco gigantesco
amanhã não lembro de uma palavra
falo outro idioma
do não homem querer não
hominídeo
acolchoando metáforas
e meu cigarro tem um “q’’
quês
queirando
de algodão na ponta da guimba
não pega fogo
pode tentar humano
sem conseguir frustrado.
Ó
Sem pressa.
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