Cercava com seus braços, abraços,
braços o outro órgão pele, da minha sua crosta que envolve o corpo. E os olhos
pediam com tamanha força que este movimento continuasse e acabou por ficar ali
diante dos outros, dizendo coisas abrandadas pela voz.
E que marejassem as quatro
pupilas nesse grande vazio de cor. E que unificassem os dois extremos.
Era dobrada esta vontade de dizer
coisas, de mostrar-se dependente também. E ficaram duas, ficaram até que a luz
brotasse e se soltasse dos corpos e ganhasse tamanha força. Nesse momento em que
foi possível todos verem o que escorria daquele movimento contínuo. E alguns
instantes depois, rapidamente inundaram a sala e os restantes dos cômodos.
Esse líquido revolvia-se luminoso
e espesso. Transbordaram de si mesmas, derramaram-se uma na outra. E todos os
poros agradeceram aquela estranheza humana do toque, porque nem ao menos se
importaram com as cicatrizes da ausência de tantos tempos idos, porque não
tiveram o pudor do retorno das palavras.
E não teriam jamais esse
resquício da não tentativa, do não dizer e colocar-se covardemente morto diante do outra, sem nenhuma expectativa
de nada, porém que talvez fizessem simplesmente o contrário disso tudo e teriam
as sobras desse sujeito uno que agora imperava e sempre me falava de forma
simples, “Conte-me de onde paramos com essa trivialidade das palavras.”.
E eu te diria bom-dia (meu bem). Nada além que
um início de um maravilhoso dia (mais um dia) de entrelinhas (este único
santuário dos descumprimentos[salvos{nos escombros de uma única frase}] ) .
Bianca Burnier
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