martes, febrero 1

Sinal

Sustentava os vícios do seu corpo como uma breve oração a sua carne. O rosto sempre lhe destacou os olhos. Profundas prisões nessas cavidades de íris. O seu corpo era feito para impor os limites do cérebro.

Qualquer objeto poderia transpor o indefinido, pois se basta para isso imaginar a intransponível barreira a partir de materiais dóceis ao afago das mãos.

Involuntário. Cada um possui seu próprio cadafalso, e o que te ditam nos livros são os “absolutos” de todos os séculos. E mesmo que houvesse grilhões passados e artifícios do estático, nunca falei outra língua que não a do seu corpo.


Carolina Burnier

2 comentarios:

LBarbato dijo...

uma língua universal...
mas sem dicionário!

Bianca Burnier dijo...

Nossa, mais que honra esse comentário de tão nobre ator.