miércoles, febrero 9

Do Querer.

Tudo que sempre me resta das pessoas são as coisas que eu consigo roubar e que provavelmente para estas são ditas “sem valor”. Só que as coisas, os objetos são mutáveis. Elas acabam absorvendo as lembranças que nós damos a elas.

E sempre fica essa coisa por dizer. Eu só espero que da próxima vez que eu diga seu nome ao telefone mudo, você me responda do outro lado, só para ter certeza que eu ainda posso dizer o que eu não digo. Para que eu não sinta de novo aquele sentimento amargo. Essa culpa por não falar quase nunca o quanto eu me importo e a culpa por também falar o que eu não penso. Sempre será a minha rota de fuga, porque eu também não quero ouvir o que você consegue dizer eu prefiro criar, até mesmo a dor, eu também crio a dor que eu sinto. Essa verdade inventada que me faz sofrer e que também me faz guardar tudo isso. Eu precisava tanto saber que eu ainda posso.

Eu só queria saber criar coisas que me fizessem bem. Recriar-me como conciliação ao que eu mesmo me provoco, como se eu pudesse me virar no meio da noite e te espiar pela fresta da porta, ter certeza de que você dorme e de que você acorda. E assim eu poderia ter a verdade inventada que eu tanto planejo. A utopia de que a ausência é só mais uma coisa minha, independente de você estar ou não.

Por um instante, por meia verdade e eu poderia me livrar de tudo isso e ser infinita desses mil amores que eu carrego no peito. Antes mesmo de hesitar por qualquer precaução de resguardo eu romperia no amanhã dizendo que ainda aguardo de você todas essas coisas que eu criei e nunca ouvi da sua boca.


Obs.: Mais Bianca do que poderia suportar.

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