Para que tivesse alguma serventia, algum tipo de ligação possível com esse sentimento. Seria essa a justificativa provável para que eu me sentasse diante do “mal querer” e falasse tantas coisas quanto fosse possível. E que nunca chegasse o instante do silêncio, esse silêncio denunciante e que no mais tardar anuncia um sorriso largo, que de tão largo, as restantes feições afrouxam-se no rosto.
E esse “desconjunto” sincero alardeia as boas vindas de realidades passadas. Um desconexo lógico, vibrante no marasmo da língua cansada. Porvir de pensamento. Atividade. Era essa a realidade que o corpo tinha anseio e todo o seu contexto de pele e órgãos lamentava a ausência de possibilidade, do cheiro de mulher frustrada que não tinha como resgatar algum resquício das passionalidades do amor.
E me perguntas da vida de forma tão simples. Essa espontaneidade forçosa para evitar o silêncio, para a verdade não ser revelada dessa forma, diante de quatro paredes impunes, de cores impunes e seres descalços.
O nada está diante das coisas circulares e o círculo nos festeja de forma simples. O nada gira conosco e em torno de nós esse caminho vazio espera o ato seguinte, o acontecimento dos gestos.
A impunidade do amor persegue os tristes desavisados de causas radicais.
Nos persegue.
Persegue-nos para sempre.
Bianca Burnier
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