Você
parecia quase certa do que esperava de mim e eu praticamente estava me
convencendo a ser o que você esperava. Era uma espécie de jogral, onde
indistintamente lançávamos palavras e necessidades. E quando menos esperávamos
de nós, era esse o momento que nos misturávamos em uma sintonia dissonante e as
pequenas capilaridades do meu rosto derretiam-se por sobre o lençol da sua
cama.
Sempre
fora engraçado fazer esse contraste a tudo que era relacionado a esse mundo que
nos pertencia. Seu lençol branco e meu rosto derretido do lado da cabeceira. E
essa espiral complementar que prosseguia torrencialmente pela borda dos seus
pés e permeava alguns problemas antigos que eu aspirava poder reinventar como
algo cabível e semelhante as vestes do meu corpo.
E mesmo
sangrando mais um pouco, era o que eu desejava. Essa cousa que caso
interrompida fosse, poderia transgredir a minha alma e nos dias seguintes me
fariam te esperar do outro lado da calçada. Não pude pedir o retorno de absolutamente
tudo que adquirimos depois que as paredes partiram em retirada, e mesmo assim resisti
a necessidade de ficar.
Parti sem nada.
E no seio impulsivo da angústia selvagem continuo do outro
lado da calçada.
Ao seu lado.
Retornando a mim mesma.
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