martes, octubre 8

Terceira Carta de Negação



A memória nos prega peças, bem naquele exato momento onde tudo indica um início de reabilitação.
Alguém sem rosto passa por nós ensurdecido, não é humano, carrega cheiros, uma tatuagem na perna talvez.
E bem nesse instante que abrimos esse corpo, lia-se “eu te amo”, postal de outro país. Uma pintura de mulher. “Parece contigo)
parece com você. te amo no final do postal, nas costas da pintura.
No final
E por mais esforço que se faça para lembrar, não sabemos se no momento exato chegamos a perceber esses sinais.                  talvez
                       
                                             Possa ser,
                         
                         que

por coincidência      sempre estivesse
 você                                   no meio
 lê                                   do caderno 

        no momento errado

porque  a superação por esquecimento
                        e                      existe em nós em matéria estranha
                 separação  

e a ordem do amor supera os produtos e em nós mesmos refazemos de novo. E sempre de novo, de caos redundante de novo.
E que possivelmente nos recorre a possibilidade de retornar a carta achada dizendo.

“Não lembro de ter visto esses escritos,
mas eu também te amo”
(ainda me pareço com a mulher do postal...)
E no canto da folha,

                       Quando é que você volta daí?


Tenho saudades nega
(de você.

1 comentario:

preta dijo...

senti teu cheiro lendo esse poema.

e cheiro de saudade